sábado, 20 de julho de 2013

Taça(s) de vinho

Esse vinho me engana
pensa que sou menino
a cada gole ingerido
cada taça e toda taça
vai sumindo, menos sério,
ele me leva, mais esperto
 vou me
 sentindo
esse
vinho
engana
menino
ja
não
pensa
cada taça
e toda taça
outra taça por vir
com outra taça mais, o esperto será dormir.

Apartamento novo

Aluguei um apartamento novo

nem tão novo

sou o que há de mais novo

a pintura, eu fiz de novo

o piso, esse sim é novo

os móveis, tudo novo

já eu sou só eu, de novo.

De Leminski

um passarinho
  volta pra árvore
     que não mais existe

meu pensamento




voa até você




só pra ficar triste.

Vendo Vento em Perdizes

Do vão das Perdizes,
perdido, em obras
da janela dos pensamentos
perdendo-me em obras,
vendo o vento
que sopra,
vendo por entre o cimento
o pico do jaraguá
soa estranho, apenas
mas esta lá.

O errar

Erro,
sei errar
depois retratar em páginas
lágrimas de tinta
o ouro de tolo,
a falta de zelo,
o azar.
Bater na cara da vida
que infelizmente é a minha
seguir rápido quando devagar
é o mais fácil.
erro não é escuridão
é só uma fase
de ações com fim.
acertar as vezes nem tem começo
uma farsa
mas errar é uma história
açoitada
cabra da peste
graças a ela
fiz essa prece.

Não gostei

Não gostei de não ser convidado,
não gostei de acordar tarde,
não gostei de escrever sob vigília,
não gostei de não ter gostado
de tanta coisa
que não gostei de mim mesmo
por ser tão crica
e tão desgostoso.
e ser "desconvidável".
Mas, e mas é mas
hoje tem outras histórias
o dia brilha
apesar da previsão equivocada
tenho fome
mesmo tendo comido tanto
quero gostar,
então aqui termino, beijos,
tchau, vou procurar.

sexta-feira, 19 de julho de 2013

Pensa sexta

Pensa sexta,
hoje é sexta
pra que pensar
colocar mais coisas na cesta
no momento de tirar.
aproveite e veja
seus amigos a vagar
pensa sexta
eles fazem teu lar
amizade é a cesta
onde a sexta deve rolar.

Quando um Oh não diz nada

Oh folclore brasileiro
o que seria do curupira
se o saci pepere
assumisse seu lado GLBT?

Oh pai, oh mãe, oh irmão
oh outro irmão
oh também irmã
oh eu sem comida seus gordos!

Oh querida ex
a tempos quero te ver
o que nos impede
é que agora tenho uma TV.

Oh dia de hoje
O que será do amanhã
se para o hoje
o amanhã nunca chega?

Oh familia (de novo)
amada e encantada
peguem este poema
e sumam pela estrada!

Oh cérebro banguela
tem tanta dor de ressaca
que mal leio
o livro do Marighella.

Senti a realidade

As vezes a distancia apaga
momentaneamente,
o carinho, o apreço, o sorriso
é fácil seguir tropeçando
cambaleando
e seguindo,
sorrindo fácil.
afinal, amanha sempre chega.
As vezes a distancia apaga
definitivamente,
a certeza, nunca o apreço e o sorriso
seria fácil seguir cambaleando,
mas o sorriso sempre estará aqui.
Sigo errando,
cambaleando e seguindo.
Beijos, e vá em paz,
Analigia Braz.

quinta-feira, 18 de julho de 2013

Eu quero viver

Eu quero viver
Sentir e encher o peito cheio de ar
Sorrir por nada, e por nada cantar
Em seu nome vida, desfrutarei de meu tempo
Em meu tempo, navegar pelo frescor do ar
inundar-me de paixão e paixões
E quando apaixonar-me, que meu coração duplique
E quando duplicar-me, que meu orgulho diminua
Ao crescer, não perder a delicadeza e pureza de menino.
Eu quero e vou viver
Pelo fogo e pela agua meu amor resistirá
Ao frio e rigor do inverno resistirei
Resides em meu peito, palpita em meu peito um amor por tu, vida
Eu quero viver
E vencer a dor e rugas do tempo, elas para mim são vitórias e medalhas
Sentir a corrente da manhã, ver os raios do sol tocando meu corpo
Olhar para a lua, e só olhar
Pensar em sonhar, e sonhar ao pensar
Aroma da vida, regresse ao meu mundo sempre que quiseres
Boca do amor, flecha selvagem invisível, sou teu alvo
Eu posso sempre receber-te; tenho fé
Eu quero viver, não para sempre, perderia a graça
Apenas quero, sempre, poder sentir o viver.

Hoje acordei pensando em mim

Hoje acordei pensando em mim.

Interessante isso,pois na maioria das vezes acordo pensando no que fiz, no que vou fazer, na ressaca de ontem – seja fisica ou moral – ou no que vou comer durante o café. Outras boas vezes só pretendo me levantar, tomar meu maldito hormonio do hipotiroidismo, para aí sim, congratulado pelo espelho, voltar a dormir. Mas, não venho falar de hábitos, venho falar de hoje. E hoje, tomei a dita pilula e ponderei: eu. Tão breve e profundo quanto isso. Eu.

Eu.

Pois é, não estou mais bebado, esta foi a primeira coisa que me ocorreu. Logo, fiquei feliz comigo mesmo, ainda não atinge aquele estagio de fim de vida quando dormesse bebado e se acorda doidão. Passado a surpresa repentina, pensei em meus (péssimos) atributos físicos, em minhas escolhas – como amigos – e no mes em que nasci. E aí ocorreu, pela primeira vez na minha vida tive curiosade zodíaca. Sério, cogitei correr até a sala do apartamento pra ler meu horóscopo. Dizia assim:

“Dia de felicidade. Controle sua ansiedade e divida as conquistas com seus amigos. Se prepare para mudanças que virão”.

Obviamente pouco satisfeito, mas ainda interessado nisso após 31 anos de vácuo fui ao doutor google, que não cobra hora extra, e perguntei: o que é ser de virgem? Passadas algumas pinceladas sexuais cheguei ao objeto de meu estudo. Em resumo, descobri que sou governado pelo planeta MERCÚRIO. Parte boa essa.

E teve mais.
Normalmente somos ótimos comunicadores (tem outros além de mim, modestos (jura?) e algumas vezes hipercríticos. Não concordei com esta ultima frase, mas segui.

O repente positivo apaziguava e piorou com esta sentença que reproduzo: “algumas vezes subestimam suas capacidades e deverão tentar construir sua auto-confiança sempre”. Duvido, sei bem do que sou capaz.

Somos práticos e trabalhamos duro (a exceção de hoje e amanhã), e entendi quão importante é ser governado pelo planeta Mercúrio. Graças a influência deste senhor, e voltando ao singular, é por isso que me sinto cansado, porque acabo fazendo mais do que deveria. Pronto, ótimas justificativas para aquela broxada ou para dizer ao chefe que sinto-me sobrecarregado. Já pensou? “Você broxou.” “pois é, mercurio é foda, me fode e eu não fodo”.  

Ademais, uma confirmação de que o famoso planejamento não seria esquecido: “Planeje seus dias em avanço, para ter certeza que há tempo suficiente para relaxar”. Eu completaria: planeje sem fazer. Ainda mais hoje que EU sou o assunto.

Descobri que amo a cor azul escuro. Voltei correndo ao meu armário e só encontrei branco, vermelho e verde. Não sigo as tendencias de meu zodiaco. Deve ser por isso que estou solteiro.

Ai, por fim e enfim, pensei: mercurio me cansou desta história de zodíaco, e do EU. Vou tomar meu café, reclamar de alguem, esperar pelo horóscopo de amanhã. E que não chova hoje. Afinal, EU não gosto de chuva.

Dinastia do ohhhhh

Oh segunda,
Oh terça
Oh quarta
Oh quinta
A sexta
Ahhh sábado
Bah, domingo.

quarta-feira, 17 de julho de 2013

Qual o valor de um poema?

O valor de um por do sol tecido por palavras,
O desvendar da dor
A suplica de um amor
O beijo doce de um inesperado reencontro
O amargor de um tapa merecido
É aceitar a vitória da pança sobre o abdomen
Ver a beleza profunda de uma ruga
E não fugir das necessárias rusgas
Entender o fim e acelerar o início
Errar, errar e errar para aprender a ter coragem
Dançar com o desejo
Sambar, bailar, sem medo e a esmo
É saber responder sem falar
Dar fruto
Ao casamento da emoção com a imaginação
Chama-lo de razão
voltar para a duvida inicial
e ponderar honestamente em teu pensamento visceral:
entendi precificar ou valorar?

Pensamento do momento

Deus ajuda quem cedo madruga
São Paulo facilita para quem cedo transita
O banco sorri se você tarde se acerta
Muito ajuda quem pouco atrapalha

terça-feira, 16 de julho de 2013

Ode a dor de cabeça

Ah, maldita dor
invasiva e persistente
acaba com meu dia e sorriso
dor maldita e latene!
pena, ah que pena!
por que chegaste somente no final do dia?
quando escritórios e emails se despediam,
quando colegas davam lugar a amigos
e cafés de máquina a petiscos caseiros?
Ah, maldita dor!
logo eu,
logo eu que nego os remédios
vivo e afirmo não sentir estas dores triviais
sinto-me um aço que corroeu...
você, eu sinto
sofro
e penso em seus multiplos nomes
cefaléia dos infernos!
doendo mais
seria meu fígado
ou meu pecado?
não sei dizer,
mas madita,
não quero você mais ao meu lado
acima de mim
espancando minha cabeça
com marretadas invisiveis e nada ilusórias
PAM!
venha cefaliv
PAM!
venha dia de amanhã
PAM!
venha socorro
e venha logo
a meu colo.

Crise criativa

Acho que
vejo que
penso que
escrevo que
desejo que
imagino que
que
que?
as palavras fugiram
os sentimentos esvaziaram
a criatividade sente o peso da idade
hum, só desculpa
esse vácuo é uma maldade
isso sim
me estapeia
me vagueia
me despenteia
os poucos fios,
criativamente penteados
como beijo de vaca.
bem,
criatividade, tenho saudade.

Vida arcaica e moderna

Vamos correr
Vamos correndo
Sem parar e comer!
Vamor correr
Vamos correndo
Parar e beber!
Vamos correr
Vamos correndo
Trabalhar e mover!
Vamos correr
Vamos correndo
Já deu hora, fiz tudo,
Só não deu pra viver.

é tão virtual que é real

O meu dia invade a noite
o sono se perde nestes dias
neles
O amor as vezes é real
As vezes é melhor,
é virtual
delicia!
Potencialmente generoso
Genuinamente cálido
Ordinariamente ordinário
Entre teclas, smiles e mentiras
É virtual
Delicia!

Cantando in inglês

Canto
Canto mal
Em meu canto
Interpreto mal
Em meu canto
Mal falo ingles
Mesmo em dream
Mas ainda assim
I sing
Em ingles
my song
E qual o problema
Da lingua ou do verbo
Se a expressão
É corpo
É alma and soul
É diversão brow!

segunda-feira, 15 de julho de 2013

A entrevista de emprego

suscetível,
vulnerável,
questionável,
sentável,
interpretável,
não interessável,
remunerável,
não diferenciável,
interessável,
unico,
outro,
eu,
você,
nunca nós,
afinal
eu,
ou você
somos só eu
ou você
aos olhos deles
nunca nossos.
Aproveite
a entrevista
a chance
os impropérios
e
principalmente,
a impessoalidade,
afinal
caro recurso
és humano
és carne
és osso
só não podes demonstrar
fraquejar
ou ser
o que és.
seja o que pretendes
tu
a nós.
onde a(ssa)ssino?: meu nome e minha moral?
cachorro
au,
o que?
não posso nem latir,
é imoral.

Pensamento

Se todo dia fosse segunda-feira,
eu não gostaria de reencarnar,
a lei seca seria proibida,
e tem tanta coisa mais que terminaria sem acabar,
como este poema.

Estarei no "Sarau dos Conversadores - Edição II" dia 27/07

Pessoal, em menos de quinze dias estarei em um sarau, na Livraria da Vila nos Jardins, performando alguns de meus poemas. Abaixo o release e mais detalhes:

O grupo “Os Conversadores” nasceu em 2008, quando estreou o espetáculo de poesia e música do mesmo nome, também chamado por seus criadores de “música falada”. Agora se une a outros artistas da cidade de São Paulo, todo último sábado de cada mês, para um sarau na Livraria da Vila (da Alameda Lorena, 1731), que gentilmente abre suas portas para “essa conversa” entre artistas de diferentes matizes e linguagens.

No programa desta edição II:
O cineclubista e historiador Diogo Gomes dos Santos, apresenta um filme “surpresa” de curtíssima metragem (cuja obra só será divulgada na hora da sua exibição), no início do Sarau.

A bailarina e atriz Joseane Alfer, apresenta as atrações do “Sarau”, e também comanda a sessão o LIVRO DA VEZ, cuja publicação a ser destacada, com trechos lidos por ela, será sempre uma surpresa a ser revelada no ato do seu acontecimento.

Curta exposição chamada “Dispositivos & Ferramentas” – do teatrólogo e também artista plástico Alberto Santoz do NPC Artes. O artista resgata ferramentas que, por abandono ou obsolescência, se encontravam desprovidas de suas funções originais, e os insere em outro contexto, atribuindo-lhes um novo peso e nova existência.

Apresentam-se ainda: a bailarina e coreógrafa Deborah Furquim, o poeta e fotógrafo KS Nei, e a poeta e produtora, Patrícia Cardozo de Faria, com a performance, “Em Tempo - 3 movimentos Líricos”.

A cantora e compositora Graziella Hessel, com composições próprias e de outros compositores; as jovens intérpretes de música popular, Isadora Aguillera e Clarissa Ricci Guimarães; e o cantor e compositor Alcides Neves, e sua música irreverente e experimentalista.

A escritora Lidia Izecson de Carvalho, lê um conto curto; Adriana Calabró, escritora, dramaturga e roteirista, com toda prosa e poesia; o publicitário e poeta Sérgio Ricardo; o poeta das gerais, Santiago Dias, falando sua poesia de rua e estrada. O Poeta, artista plástico e ator, Luiz Roberto Rodrigues Lopreto, e sua performance poética.

Os Conversadores (com Cacá Mendes e Pepe Guimarães) com sua música falada, na abertura e fechamento da “conversação”.

Dia 27 de julho (sábado)
Local: Livraria da Vila (Alameda Lorena, 1731)
Horário: das 19 às 21 horas (começa e termina nos horários marcados)
Entrada franca
Contatos: (11) 99338.9088
              (11) 99262.8504

O poder

O poder
já foi magia,
energia,
paixão,
atenção,
retenção,
reprodução,
religião,
força,
força bruta
força militar
agora o poder está nas mãos
na verdade nas cédulas,
do poder de compra.
só que o tempo, meu amigo, permanece livre e supremo.

Oi!

Oi segunda
Oi leseira
Oi rotina
Oi canseira
Oi colega
Oi conta do dia quinze
Oi despertador
Oi semana
começou

domingo, 14 de julho de 2013

Para meus amigos russos

У меня есть русские читатели,
они являются теми, кто понимает, что я пишу.
В конце концов, иногда я не понимаю, мой русский.

Ah, a adolescência

Ah, a adolescência.
Hoje sabemos do direito a estranheza física e emotiva,
para ficar por aqui,
mas na época era tudo tão diferente.
Diferente porque eu não era como eu queria ser
Diferente porque eu fazia o que pensava poder
Diferente porque mesmo careca era cabeludo
Diferente porque mesmo errado me sentia com tudo.
Ah, a adolescência.
Agora tudo parece tão simples... e melhor.
o melhor mesmo é, alguns poucos muitos anos depois
tenho o privilégio de ainda ter meu amigo,
o da foto aí mostrando orgulhoso sua incrivel blusa do Hard Rock,
conquistada de maneira suspeita,
como um de meus grandes amigos.
Ah, a adolescência agora é sonho... vivido, imaculado, sofrido, confuso e passado
- que se sente e se faz presente.

Ferrou

Acordei,
é domingão,
estou sem luz,
e não é a força geral,
é o disjuntor, palavra boa,
que foi má,
com meu domingão matinal.