sábado, 12 de abril de 2014

Mundo subterraneo - a Jack Kerouac

Mundo de
putas,
afagos,
putas,
dinheiro,
cigarros

cigarros
e cigarros
Mundo de putas afagos putas dinheiro cigarros e cigarros
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Ela nao me aceita em minha pele,
em suas aguas tao paradas - congeladas
minha mao a faz tremer
sou seu único 
calor 
em sua limpa pele
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Seu retrato, um cartão postal
repleto de historias apertadas
em letras miúdas de saudade
mesmo deste mundo subterraneo
eu leio seu rosto
em mais um retrato sem selo
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Seria eu, o teu eu?
minha rua escura, tua brilhante lua?
seu sabado de porre em pleno domingo sem alcool
E se eu for,
sera que você também me vai?
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A lua cheia, desta noite
soh agrada
os que temem o 
longo contar
das estrelas 
- e suas mentiras mortas!
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soh as putas
caminham
em minha rua deserta e obscura
ah, que me dera!!!?
manhas honestas, destemidas
como a noite.
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Nossa distancia fez diminuir
todos os altos muros que
nos abraçavam sem sigilo
mal os vejo
daqui do limbo
donde nao posso te agarrar
(e quero?)
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Eis meu mundo
subterrâneo
os ratos caminham
a passos de rato,
a luz artificial ilumina
o ido fosforescente 
{lembra daquele dia, que me esperaste no bar, dois copos a mesa, eu em minha bebedeira, em meu ódio, em meu medo, em meu terror, fiquei na rua com um cigarro apagado. e depois fui pra casa}
estou sem conexão com o mundo
de cima,
unico barato
eh fazer de teus restos
meu oni
presente
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Frio,
faz tanto frio
no meu subterraneo
Me acostumei
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As vezes encontro na paisagem bonita
menina mais linda sentada,
esperando qualquer palavra da vida
devolvendo ao mundo sua garagalhada.
Quando vejo,
vejo sempre de meu mundo
subterraneo,
eh pena,
menina mais linda
nao quero fazer nada
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No meu subterrâneo 
sou o unico rato a caneta
na mao, 
aos de cima, tanto faz
soh facilita
apontar o ladrão 
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Resolvi limpar o subterrano
sob você 
nao ha mais neve
nem sujeira
nem puta
nem cigarros
As drogas estão inofensivas
o jogo, sem apostas
os enigmas, com sentido
os casais, sem final
os filhos, obedientes
a ressaca, passado egípcio 
aboli o cancer 
e seu tratamento
as gargantas estão secas
e abstêmias 
sem mudanças bruscas
sem calor extremo 
asfaltei o teu caminho
a musica soa
o amor canta
em vibração ritmada
em cordas obedientes
sem defeito
tudo perfeito
- talvez, esta a única limitação.

quinta-feira, 10 de abril de 2014

Das loucuras, basta!
basta
eu e minha casa
em minha casa
de adobe
feita de adobe
erguida no meio do cinza
do cinza estepe argentino
(de forma alguma)
frio, vinho e conexão 
a( )cabo

Vida adentro

O que a vida
senao
sonora bebedeira
de porres e goles solitarios
sorvida de amor
sem eira nem beira
quando o tem
em abracos sem palavras

Eis minha vida
libertaria nao
solitaria nao
silenciosa bebedeira
escondida, pois, 
minha Anita...
d'outra fujo!
temor, enfim,
encontrado, sao
o tal, e entao
amor


quarta-feira, 9 de abril de 2014

Bariloche, depois de semanas

Ficar aqui
ou sair
ha uma certeza
Para donde sigo
ha flores purpuras
ha novos sons
aromas desconhecidos
gente nova
gente velha
outras rugas
feitas de areia, frio e historia...
nisso
minha bota rasga a terra
com delicadeza
na minha certeza
em outra vida
naquele lusco fusco do ontem
esta ai, em alguma mala nao cerrada
esta ai, nas fotos que esperam em alguma gaveta
esta ai, entre suas toalhas umidas
e a minha, sempre seca
esta ai, nos pegadas descalcas 
do caminhar noturno
desnudo
quase conhecido
do nos, a sohs.