sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Cerveja de verdade

Tomei um gole
Outro gole 
Tipo de sinceridade
Era só água
Não cerveja
Com gosto de idade
Anos atrás
Poucos para alguns
Muitos para mim
Só via o vento que trás 
A idade faz o vento soprar
Forte
Em nossa direção.

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Disse uma vez

Disse uma vez o padre - amém
disse uma vez a esposa - amem
disse uma vez o mendigo - vintém
disse uma vez o bope - é quem?
disse uma vez o jogador - pra mim
disse uma vez o bandido - vem que tem
disse uma vez  o padre - amém


quarta-feira, 23 de outubro de 2013

A traição

A traição é como comer algo diferente no café da manhã
tipo feijão
você até pode fazer, em outro país
em outra situação
mas não te faz bem
você se sente indo na contramão
a duvida que me vem
e se não há resposta tudo bem
é, o que é pior, trair ou ser traído
por quem você quer tão bem?

terça-feira, 22 de outubro de 2013

A Dama do cabaré (adpate de Noel)

Ela é a dama do cabaré
me nega, a torto e a pé
me diz que sou boemia
que bebo de noite e de dia
que nesta vida não amarei alguém
se é que sei o que é amar
se vou
se volto
se sou
não importa
outro dia voltei ao cabaré
agora já trancaste a porta
deste céu só tenho uma lembrança
é uma palavra em outro idioma
sem vida, sem som
Ela é a dama do cabaré
eu sou ainda mais boemia
quero beber entre a noite e o dia
agora já prendi que é amar
ainda tarde!

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Um corpo que cai

Um vociferou
Outro calou
Ele abriu a janela
Corpo só despencou

 Vai e foi
Sem chegar a ser
Um dia findado
Sem ter amanhecido

Vozes tão dispersas e caladas
Como um cão, de pelúcia e cegueira burra
Burras
Todas elas
Cada uma das ideias
Do contra ou contrárias

O livro ainda tem tantas páginas
O dia escassa suas horas
O corpo cai mais devagar
Pra que pressa?
Do alto ou do térreo da pra ver o quase defunto cair
Cair
E cair
Até o encontro do destino
Glorioso fim.

O despertador toca. Sem snooze.

Minha segunda-feira

Minha segunda-feira começa como música
na balada do samba de uma nota só.
Minha semana derradeira derrama lágrima
no compasso do samba que se dança só.

Meu armário me apresenta sempre as mesmas roupas
no sapato o cardarço, a meia preta e um pouco de pó.
Meu espelho mostra as olheiras do sábado que já passou
no fio da navalha o pelo e o apelo do homem em sua dó.

Meu carro sem gasolina anda sendo pouco flex
no tanquinho menor vai um pouco de compaixão e só.
Agora vou chegando ao trabalho que só trabalho
no simples fato da falta de compasso do homem corporativo que é uma foto
e só.

domingo, 20 de outubro de 2013

Que eu faço agora?

Que eu faço agora
Sábado atravessa
A segunda
 Não demora

Que eu faço amanhã
Quando domingo eh
Quando domingo for
Quando domingo se for

Que e quando farei o juntos
Domingo sujismundo
Domingo parado
O dia olhado -
Domingo