sábado, 13 de julho de 2013

Algo aconteceu

Algo aconteceu,
deu meia noite
meu lapis nada escreveu.

Algo aconteceu,
ligaram em meu numero
nenhuma voz atendeu.

Algo aconteceu,
perguntaram cadê sérgio
o sujeito se escafedeu.

Algo aconteceu,
como sempre acontece
mas agora o Eu compreendeu.

Pensamento da noite

O escritor é um solitário na solidão de suas palavras, à espreita de uma imensidão de pensamentos. E leitores.

Quem disse?

Quem disse que poeta deve sofrer?
Quem disse que sensibilidade deve ter?
Quem disse que na escrita deve se expor?
Quem disse que ser impossivel esconder esse fulgor?
Quem disse que amar é o caminho?
Quem disse que errar já vem do ninho?
Quem disse isso tudo estava certinho....

Os ângulos

Estava narrando sob meus ângulos
fazendo curvas com a rima
retas com verso.
Foi só passar minha menina
esqueci todo resto.

sexta-feira, 12 de julho de 2013

Os pés

O amor precisa de raízes, faces e ossos
Que sustentem, dão firmeza a esta nova natureza
Teu corpo a arvore
Teu pé a planta desta historia.

Quando penso em amar-te diferentemente, começo pelos teus pés.
Teus pés de pontas roxas, ossos marfim, meigos pés duros.
Todos sabem da responsabilidade do que carregam, este doce corpo
De pronto se ergue e oferece a meus pés...

Teu corpo, cintura e teus seios, os pés
a faixa macia de teus pelos púrpuros e tez juvenil,
a força dos teus olhos jogando ao espaço uma visão terrena,
esta boca nordestina, sabor de fruta!, e tua vasta cabeleira, pequena minha.

Mas se amo os teus pés, em meus pés
é só porque caminham em terra, sobre o vento e vasculham a água,
até encontrarem,  e dizerem aos meus pés,
me conforte e me afague, oh céu.

Se perder o teu sorriso, eu tenho o desconforto da solidão,
Se perder a primavera, ainda há o verão
Se eles rirem da noite, serei o único grosseiro a fechar o rosto.
Mas, meu amor, teus pés são as asas de minha paixão.

Amor como Natal

As vezes penso que o amor é como o Natal,
Todo mundo quer ter a sua árvore em casa,
Espera ansiosamente por ela,
Tem prazer em monta-la
Surge de uma hora para outra
Tão bela quanto imaginada.
Poucos assumem o encanto que encanta gerações
Por gerações
Todos lembram daquele natal da infancia
Ou daquela árvore
Nem a mais bela ou rica
Sua simplicidade era característica de sua beleza.
Só que depois de um tempo
Nem percebemos a árvore ali
Não adianta novos enfeites e penduricalhos
Vira encosto de blusa e galho de gato.
Nem lua de mel fora de época, fica com sabor de peru amanhecido.
Acostumamos a olhar para frente e querer a nova estação
E logo depois, oras, vem o verão,
Da-le tentações e a tentação
Da mudança, de andar para frente
Tendo tudo como uma bela lembrança.

Dormir e acordar

Já pensei sobre acordar
também escrevi sobre isso
só que
sempre dormi
ao pensar em dormir
fora quando
insone estive
fora quando
já dormindo armei-me
de caneta e boa vontade
como agora
e nao calei
a vontade e necessidade
de falar
dormir é o veto
é o vento que sacode o escrever ao pensar.
por isso as vezes
não são poucas
insone fico.
insone vivo.

quinta-feira, 11 de julho de 2013

Perdendo a memória (lesando)

Desci a escada
pra pegar água com gás.
Ao chegar lá
esqueci do que estava atrás.
Perguntei, então,
o que estava a buscar
depois de fumar
e descobrir
que a água com gás buscada
era uma sem gás comprada.

O Beco sem luz

O Beco sem luz viu a luz pela primeira vez,
e de cara gostou daquele risco de giz,
que invadia a rua fria de uma vez,
beijando o chão,
varrendo o escuro,
encantando o asfalto,
iluminando o muro.
Sem cerimônias a luz conquistou o lugar.
sem tremer, na reta!,
passou a caminhar e recitar.
Sem pestanejar, na certa,
o beco sem luz aceitou a luz,
pela primeira vez.
E logo quis aquilo muito mais!
E mais!
mais!
De tanto, viciou.
O Beco sem luz agora é um beco sem saída.

Pensamento do momento

Ah se eu pudesse
ver aonde minha utopia me cegou
ter uma verdade ao inves de duas duvidas
mudar o grunhido por um latido amistoso
olhar através das portas e não pelas janelas
calar e desejar / não desejar e calar
depois conquistar, e não querer mais
para no final ter aquele abraço de mãe: tá tudo bem.

Hoje, amanha (e ontem)

Despertador toca,
corpro levanta,
cabeça coça,
cabeça resmunga,
cabeça levanta.
Hora do banho, do café, do jornal, do vestir, do pensar o dia
atravessar correndo a garagem, o quintal
Hora do transito, do radio, do celular
do celular
do celular
do celular
Hora do trabalho, gastar mais tempo lá que no lar
trabalhar, pensar no lar
trabalhar, pensar no bar
trabalhar, pensar em fugir, quem não?
pra onde? sei lá, mas o desejo é honesto e válido.
Hora do transito, do radio, do celular
do celular
do celular
do celular
decisão: bar, lar, malhar ou mudar?
Despertador na cabeceia.
Hora de rebobinar a fita e recomeçar.
tudo de novo.

quarta-feira, 10 de julho de 2013

Por que sofrer?

quando podemos não ponderar,
não pensar,
ver sem enxergar,
se contentar com o vazio,
e esvaziar o sonho do ser?

Me preocupando com o que devo

Estava bem preocupado comigo
porque ando bêbado e desajeitado,
perdendo amigo.
Imaginava se o mundo
um ser assim desejava.
Aí li a matéria de amas de leite de aluguel na China,
enquanto em Brasília político não paga avião, só propina.
Pô, logo percebi
que pra este mundo aqui
erro que nem o meu
é coisa de plebeu.

Sem mais

Sem dinheiro
gastar mais
Sem fome
comer mais
Sem dom
fazer mais
Sem dormir
acordar mais
Sem poesia
amar mais

terça-feira, 9 de julho de 2013

a verdade sobre a poesia

Minha mãe me disse
que é legal que eu seja poeta
e busque o bem
desde que de segunda a sexta
eu trabalhe também.

aaacabou o feriado.

acabou o feriado
acabou
ninguem pensou no passado
ninguem realmente pensou no futuro
ninguem sequer leu ou releu o que se havia proposto
ninguem sequer pensou que haveria de pensar
o bom é que todos podem me criticar.
boa volta de feriado.