terça-feira, 21 de outubro de 2014

a letra do silencio

teima em me telefonar
cantar e bailar 
flamenco
----
meu peito não 
tem mais tantos pelos
----
em meus ouvidos
(desde ontem)
silencio - amante
da folha 
em branco
----
desenhei um cena 
de sexo
,
com palavras
escritas 
a lapis
voce telefonou 
(desde ontem me liga)
----
nao consegui sair
do papel
(hora do bolo da tarde)

segunda-feira, 25 de agosto de 2014

As claras, as favas

Meu cachorro de pelúcia
segue me evitando

olhos congelados e um pouco amarelados
logo ele, 
costurado em linhas tao frágeis
algodão made in
brazil 
exportação,
nascido 
em caixa de papelão
com janela
esperando, 
ser encontrado
por família já moderna
do unico pai 
(ou mãe)
desse cachorro 
de pelúcia,
fofo 
e persistente
segue

                         ali

me evitando


sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Sorriso digital

Ela lança um sorriso,
no meio da estrada, quinta-feira, 
celular no colo, foto diminuta, 
me alcoolizo.
ela me manda um beijo
malditas animações sem sentido
no skype, whatsapp, what's next?
me alcoolizo.
Tem coisa boa que a vida pode dar
um dia ela me disse
"me esquece, te deleto"
tão sóbrio eu fiquei
resolvi beber pra celebrar.

Cerveja de garrafa.

terça-feira, 15 de julho de 2014

Lendo a vida

Eu leio
leio
leio
e leio

nao vejo a mae
bater letras na filha, a filha de rato
esquecer o marido trapo, o irmao
juntar os trapos - partir

nao vejo o carro
cruzar a rua verde, a rua
seguindo seu destino sob luas, o acervo
caluniado da poesia tua

e leio
o pensamento do passaro engaiolado,
o vento dos segundos lamber o predio,
o oculto da minha, a dela

e leio, leio, leio
nao atendo o telefonema, do pai
e foi, fora de hora, horas sangradas
de escritorios minguados, pagina amareladas

e leio
sem entender minha propria letra.

So um dia

Soh um dia te vi
e se vi!
e sos
e se vimos!
e a sos
e assim fivou
num e...

...esse silencio
ateh hoje teima e fala

sexta-feira, 4 de julho de 2014

Um like

Eu te pedi um like
Voce desconectou
Eu perdido e soh, me choquei
No poste dos meus posts

E tu nem like, nem nega

E se a ti likes nao neguei
A minha voz da realidade soh diz alo
Quando o sinal do wifi diz
 cheguei

quarta-feira, 2 de julho de 2014

Vento e tempo

O vento 
dobra e sopra
amiga o frio
erra o jeito

vai e volta
leva a nuvem
deixa a lua 
soh tua, sonhando o brilhar do asfalto e...

rua

sem vento nem lua
o tempo chega a toa
sem a coragem nua 
sem amigos a rua
ventando o hoje 
antes do sonho ter tempo a sonhar
esperar pelo vento de terra
da rua

sábado, 21 de junho de 2014

Quase trinta e tres

Ha (quase) trinta e tres anos, nasci
trinta e dois, andei
trinta e um, falei o que quis
Trinta, babava todo feliz
Vinte e nove, veio a escola
Vinte e oito, joguei bola
vinte sete, escrevi
vinte e seis, escrevi craseado
vinte e cinco, pedalava torto e errado
vinte e quatro, irnoia, o amor
vinte e tres, o mesmo amor
vinte e dois, a punheta (e um novo amor)
vinte e um, apanhei feio
vinte, aquela foi embora, outra veio
dezenove, todo adulto
dezoito, camisinha no boldo mas nao no vulto
dezessete, todo incauto
dezesseis, capotei o auto
quinze, acendei o baseado
catorze, agora dezenove
treze, como todo universitario
doze, amei e meio (ela e esse tal de nos) 
onze, o primeiro no se desda, e com
dez, eis que voltara
nove, perdi um osso
oito, outro emprego caroco
sete, o tal emprego fortalece
seis, vira carreira e cresce
cinco, viagem e vinho
quatro, cerveja e vinho
tres, tudo ia bem
dois, acabou-se de cara pai, avo e meu amor vintem
um, outro amor rejuvenesce
o zero, de cada dia, que eh o que temos
quando acordamos
e quando nascemos,
nada, 
um tudo a escrever

terça-feira, 10 de junho de 2014

Da casa que morava

Da casa que morava
restou 
um terreno, inteiro
ocupado
agora
com outro viveiro

da casa que morava
moro longe
e estou la todo dia
deste outro mundo
que eh, o hoje
em dia

da casa que morava
restou
um terreno, em cinco partido
ocupado
faz tempo, menino
por outras historias

que desdem
com minha memoria!

domingo, 8 de junho de 2014

E o tempo passou

E o tempo passou
todo poderoso e impiedoso
escapando de ganchos
cremes anti idade
varrendo o moroso
Quem ficou
longe ou imaculado
ficou.
melhor seguir.

sábado, 7 de junho de 2014

teus labios

Ah, teus lábios sem batom
faladores
que soh eles
frio e fio
sozinho baixo edredom
sem ser manchado pela vontade
deles.

seus lábios 
como estão?
deles nada escuto
trancando as palavras da escuridão 
a palavra amor
e o sonho fortuito

Cerre os olhos e sua imensidão 
se deixe beijar
se todas vontades fossem verdades
um furacão 
faria o vacilar dos segundos
reinar

segunda-feira, 2 de junho de 2014

Altitude

A noite dorme
enquanto desperto
todavia sem fome
do dia ou de prazeres noturnos
me esguio pela porta
ta ta
me arrasto pelo escuro
jogada no chao, posso ver
minha moral
meu respeito
e meu jantar 
esfalecer
Eh a altitude, dizem
quanto mais alto
mais te faz rastejar
Agora me deito
espero
e espero
olhando o morro 
seus vagalumes de concreto
altos, distantes
da suplica vulgar
Tão humana
de uma exagerada lasanha.

domingo, 25 de maio de 2014

Amo SP

Amo voce, SP, e amo nosso amor adulto
Longe de teus carros, berros
este silencio demasiado, de ferro
me arranha... te quero suja, cinza e tudo junto

Nas ruas de perdizes, a nova vila madalena
Nos predios do Itaim, as aguas movidas do Ibirapuera
Preso na marginal, quem te quer nao deseja nova era
Quer voce, SP, acompanhada de chopps e pastel, saudosa novena

Deseja, ansia, por mais onibus, metro e gente
jogos de quarta-feira, shopping center, buzinaco em asfalto quente
seus moteis, hoteis, oscar freires e bairros, madrugadas enormes

Deseja, ansia, por domingo de pizza, fast food ou delivery
cafezinho de fim de tarde, acompanhado de torta ou alguem que te ligue
falando o plural, sem o S, em cada curva da freguesia do Oh, minha paz dorme

quinta-feira, 22 de maio de 2014

Es Carlos Espinosa?

Eres Carlos Espinosa?
Me pergunta
um velho
flagrado mancando
enquanto
eu
entrava no cafe do Teatro municipal de La Serena.
Por ende
(como dizem os chilenos)
(ou seriam os argentinos)
(?)
estava fora da regiao austral
ainda seguido
por um frio
insistente de frio,
um frio 
adolescente.
Eres Carlos Espinosa?
A pergunta era realmente
para mim
feita por um feito que fitava com atencao.
mais atencao que o livro
que folheio sem ler
capa voltada ao chao...
essa frustra, certeza, sua busca
Em sua mao
direita e manchada
pela cidade fria
sem dimensao
em acao
ele tambem carrega
um livro
aonde se le
somente
Bolano.
Eres Carlos Espinosa?
Sao mais de 3 meses
fora de minha costa
ou sem por minhas costas
ou acostar-me
em pedaco de chao
brasileiro...
vagando e bebendo
Nescafe Alegria.

A garconete Barcelona
trabalhando sinceramente
por hora
por ora
como garconete,
baila em tacas de cafe
indecentes
seus cabelos ruivos 
que nao flagram minha resposta
a esquerda do dia
"sim".

sábado, 26 de abril de 2014

futuro

desta cama de hotel
já programei meu futuro
desperta
e soh
começa
amanha as 8 da manha
esteja eu vivo 
ou não 
neste próximo futuro.

dos futuros longínquos 
constam linhas

solitárias

turvas

desacreditadas

de tão esquecidas.


o relógio toca, e todos querem ontem.
pena do hoje. 
depois do cafe, passa.

o sol da as vezes

as vezes
soh as vezes
eu acho
que nasci para
ser
sozinho...
soh
e soh
como 
o sol
as vezes
iluminando
o tal
deste 
nosso
caminho...,
sem ninguem dar conta

voce ja?

voce ainda se abraca sozinha?
com medo de estar
sozinha
e o que seria este seu ser?

navegando pela noite
as maos enrugadas de frio
qualquer bar te esconde
sem apagar seu brio, afinal, aqui eh o Rio!

voce, soh voce
sem eu, ele,ou outro
voce, soh voce
como eu, como ele, como outra

navegando pela noite
quem sabe, de luvas
qualquer bar nao, aquele bar
seu eterno sol em noite de seguidas chuvas

sozinha em santa teresa
sozinha em sua propria realeza

quinta-feira, 24 de abril de 2014

Do hoje e do futuro

Sou o unico a ter pressa, sem prensar ao futuro?
cansei deste presente que se ve,
vida rapida, todos em apuro
tal qual moldamos a TV

Por que hoje e nao amanha
se amanha todos tambem estarao (ao menos queremos)
todos cuidam do que comem, pouca carne, vai por arroz e maca
sem plantar, o que seria sua razao

Escutai aos oitentistas, poema minuto
tudo hoje e hoje soh, em um minuto esgotado
desejo sem raiz e sem fruto,
o amanha assombra, um futuro sem passado.

quarta-feira, 23 de abril de 2014

Para minha mae

Mae, nao quero dormir
somente sonhar
todos, cada um de meus sonhos de papel
fazer avioezinhos, e neles embarcar

voar e voar, quem sabe, chegar ao ceu...

(sao tantos sonhos, a cada dia, faltam paginas, sobra utopia, em qual lugar, nao sei estar, o vento eh o tempo, a barba envelhece, faltam paginas em nossos cadernos pra tanta historia nao escrita)

Mae, não apague a luz
depois, flutuando, irei voltar (com ou sem livros, soh historia)
a despeito dos sonhos
eh em teu seio meu verdadeiro lar.

(imagino ser dificil ver-me agora, tao longe do sempre de ontem, tao perto da quimera latina, apenas rompi com a vida deles, a nossa segue sendo a minha)

terça-feira, 22 de abril de 2014

Da janela fechada

Da janela fechada
vejo o mar,
quica a soprar
sua brisa 
da janela fechada
vejo o casal caminhando
com as mãos no bolso
quica o mar esta a soprar
sua brisa, gelada.
o mar esta tão calmo
parado, 
barcos ancorados
pescadores sonhando,
pássaros voando
um voo raso
será que o mar esqueceu de soprar?
da janela fechada
e de meu 3o andar
soh posso afirmar
eu vejo, o mar.

sábado, 19 de abril de 2014

Viagem segue

Onibus,
rua,
rota,
sem vento, janela fechada.
A emocao,
vem de dentro,
sem saber o que vem
quando chegar
ao chegar
da proxima estada.

quinta-feira, 17 de abril de 2014

Poesia de inverno

Suas palavras mais sinceras
Minhas horas mais frias
Tua noite, nunca donzela
Eu, apequenado em sua magia, invernal

Nevou e nevou esta noite
Nao sei caminhar na neve, alma gelida
Entao, fui dormir
Voce nem notou e seguiu

Acordei do sono sem meia, breve suspiro
A neve ainda la, sempre la, em toda sua preguiça matinal,
Gotejando todas as lagrimas do ontem...
A verdade eh que nao sabemos chorar
Sem sentir e esperar
alguma onda de calor

quarta-feira, 16 de abril de 2014

sábado, 12 de abril de 2014

Mundo subterraneo - a Jack Kerouac

Mundo de
putas,
afagos,
putas,
dinheiro,
cigarros

cigarros
e cigarros
Mundo de putas afagos putas dinheiro cigarros e cigarros
------
Ela nao me aceita em minha pele,
em suas aguas tao paradas - congeladas
minha mao a faz tremer
sou seu único 
calor 
em sua limpa pele
------
Seu retrato, um cartão postal
repleto de historias apertadas
em letras miúdas de saudade
mesmo deste mundo subterraneo
eu leio seu rosto
em mais um retrato sem selo
------
Seria eu, o teu eu?
minha rua escura, tua brilhante lua?
seu sabado de porre em pleno domingo sem alcool
E se eu for,
sera que você também me vai?
------
A lua cheia, desta noite
soh agrada
os que temem o 
longo contar
das estrelas 
- e suas mentiras mortas!
------
soh as putas
caminham
em minha rua deserta e obscura
ah, que me dera!!!?
manhas honestas, destemidas
como a noite.
------
Nossa distancia fez diminuir
todos os altos muros que
nos abraçavam sem sigilo
mal os vejo
daqui do limbo
donde nao posso te agarrar
(e quero?)
------
Eis meu mundo
subterrâneo
os ratos caminham
a passos de rato,
a luz artificial ilumina
o ido fosforescente 
{lembra daquele dia, que me esperaste no bar, dois copos a mesa, eu em minha bebedeira, em meu ódio, em meu medo, em meu terror, fiquei na rua com um cigarro apagado. e depois fui pra casa}
estou sem conexão com o mundo
de cima,
unico barato
eh fazer de teus restos
meu oni
presente
------
Frio,
faz tanto frio
no meu subterraneo
Me acostumei
------
As vezes encontro na paisagem bonita
menina mais linda sentada,
esperando qualquer palavra da vida
devolvendo ao mundo sua garagalhada.
Quando vejo,
vejo sempre de meu mundo
subterraneo,
eh pena,
menina mais linda
nao quero fazer nada
------
No meu subterrâneo 
sou o unico rato a caneta
na mao, 
aos de cima, tanto faz
soh facilita
apontar o ladrão 
------
Resolvi limpar o subterrano
sob você 
nao ha mais neve
nem sujeira
nem puta
nem cigarros
As drogas estão inofensivas
o jogo, sem apostas
os enigmas, com sentido
os casais, sem final
os filhos, obedientes
a ressaca, passado egípcio 
aboli o cancer 
e seu tratamento
as gargantas estão secas
e abstêmias 
sem mudanças bruscas
sem calor extremo 
asfaltei o teu caminho
a musica soa
o amor canta
em vibração ritmada
em cordas obedientes
sem defeito
tudo perfeito
- talvez, esta a única limitação.

quinta-feira, 10 de abril de 2014

Das loucuras, basta!
basta
eu e minha casa
em minha casa
de adobe
feita de adobe
erguida no meio do cinza
do cinza estepe argentino
(de forma alguma)
frio, vinho e conexão 
a( )cabo

Vida adentro

O que a vida
senao
sonora bebedeira
de porres e goles solitarios
sorvida de amor
sem eira nem beira
quando o tem
em abracos sem palavras

Eis minha vida
libertaria nao
solitaria nao
silenciosa bebedeira
escondida, pois, 
minha Anita...
d'outra fujo!
temor, enfim,
encontrado, sao
o tal, e entao
amor


quarta-feira, 9 de abril de 2014

Bariloche, depois de semanas

Ficar aqui
ou sair
ha uma certeza
Para donde sigo
ha flores purpuras
ha novos sons
aromas desconhecidos
gente nova
gente velha
outras rugas
feitas de areia, frio e historia...
nisso
minha bota rasga a terra
com delicadeza
na minha certeza
em outra vida
naquele lusco fusco do ontem
esta ai, em alguma mala nao cerrada
esta ai, nas fotos que esperam em alguma gaveta
esta ai, entre suas toalhas umidas
e a minha, sempre seca
esta ai, nos pegadas descalcas 
do caminhar noturno
desnudo
quase conhecido
do nos, a sohs.

sábado, 5 de abril de 2014

Mes 1 - na ruta

Apos a terceira taca
de vinho
estava pronto,
o primeiro passo
meio tonto...
claro!
So faltava aquela ultima mirada
meio de lado
no espelho
e ponto
Respirei fundo,
uma 
duas
outras vezes
o pulmao disse
ja basta.
"seja corajoso cabra,
como uma mulher apaixonada"
Ah, se fosse! Ah, se fosse!!
Uma ultima taca
uma ultima mirada
chega de contorno
chega de voltas
nesta embriagaguem repetida
tambem conhecida - nada controlada.
Cerrei os olhos
sem muita confianca
deslizei, escorregando
a lingua por labios secos
semi-apertados e 
morri.
morri a tinta.
morri sem o prazer de saber
o que seria
(ai de mim, ai de mim)
ao enviar
o que deixei de escrever
mas nao de amar.

quarta-feira, 2 de abril de 2014

Buenos Aires - um mes de viagem

O cabelo cresce
a barba nao,
esta eu tenho aparado.
Sigo com varios dos planos
em dia
o cabelo e a barba,
voce,
ate estava...
estava certo que seria assim
a distancia seria a unica
ao nosso lado
que estranheza passou
a voce
quando o cabelo nao viu
a ligacao que nao fiz
o choro que nao caiu
(foi o que restou)
de voce...
E de nos,
lembrancas todas futeis
de tao frageis
de tao previsiveis
tao solitarias (sem casa e sem rumo).
O tempo as afeta,
o cabelo cresce,
a barba nao,
essa eu tenho aparado.

segunda-feira, 31 de março de 2014

Baires - tchau super poodle

O telefone tocava
Logo ele!
Que nunca havia ligado
Ele, o que nao sabia ligar
Ou o significado de ligar...
Comensal da felicidade
Ser pra ele eh estar
Latir, o ligar
Demonstar seu amor
Pela nobre ato de simplesmente
Estar...
Au au, poodle,
Agora sou eu que lato teu papo
Sem a mesma docura ou simplicidade,
Eu sei...
Ate de outra cidade
Ate de outra atmosfera
Vc me liga
Latindo
Um au au baixinho
De escutar sorrindo
Simpatico ligar
De quem soh liga
Pra ligar o sorriso de outro
Mesmo quando pouco
Ou nada
Te verei

sábado, 29 de março de 2014

baires, por la noche

o amor proibido
o mais ridiculo dos segredos

segredos de adulto
feito de rendas
que se desmancham a luz do acreditar

baires, dia outro

a bateria do celular esta acabando
a recepcionista me chama
meu irmão, este ja foi
dorme pesado
escancarado na cama

um taça mais
a ultima,
você sabe
a ultima sempre difere
das demais

amanha então 
nem se fala
comensais
bocais
e nos.
todos nos.
quem sabe nos.

se realmente será 
avisa-me
ele dorme
e dorme pesado

buenos aires, semana 3

ela quer a verdade
nao sei como
verdade
verdade
palavra facil, bem pronunicada entao...
verdade
eu soh tenho o que eu mesmo acredito
as vezes se chama verdade
as vezes tambem
faco questao de nao 
mas entao
eis-me aqui
a explicar
acreditando
quase sempre
no relogio do celular
que me desperta atrasado.

sexta-feira, 28 de março de 2014

FB en el Uruguay

Ay ay, aca estoy
en el Uruguay
este pais que vos
no queria conocer
(sea honesta ahora que es muerta!!)
no queria conocer!!
Me hace feliz saber que tu Facebook sigue vivo,
ah, y la fotito,
la misma sonrisa sonsa y mentirosa de los vivos 
que alla estan.
Yo voy te enviar
la fotos
del pesimo fotografo que soy
de cada playa, cerro, aduana o perro
si yo las sacar.
Ahora que es muerta no tiene que acceder
o dar likes
Solo yo, mi amor, sigo bloqueado de tu vida
sea en muerte, sea en la net,
estea usted online, o no.
Ese amor, cuando no mata, muerre. 

Colonia en espanol

Yo te busque
te olvide
te extrañe
tan fuerte, pasión

te busque, mas y mas,
y mas
pero...

debo decir
quizá fue menos
menos y menos
quizá fue meno pasión
quizá no conocía las palabras
o solo me enamore mas
de ellas
de las palabras

Y
del sueno frió
del atardecer solo
del hijo mio
que no tiene como....

Ahhh
la búsqueda de palabras
quizá
quizá
acá sea donde vos
construya esa pasión
nuestra
llena de puntos
hecha en pluma

Colonia del Sacramiento - 3 semanas

Daria tudo por uma visao
de uma menina mulher
rendada de saia
na praia donzela
minha companhia à dela
sem papel, caneta,
algo que 
abstraia, ou de
sentido maior a verdade
de uma lenta deliciosa visao

De Matilde Serni '' Colonia del sacramento en marzo

Ha mangiato una torta de troppo,
mentre il cane mi vedera gliocchi
e Sedero su una sedia da zoppo
e una donna mi liggera itorocchi

quarta-feira, 26 de março de 2014

Hostel de montevideo, dia 20 e algo

Quase um mes de viagem
em torno de um eu
ja velho
e de outro
tao novo
atraentemente desconhecido.
Nas ruas, soh solas
de sapatos
nenhum amigo
no hostel
vejo uma bandeira 
do Uruguai
na parede
alguns gringos encostados
na parede
mais alguns pares de chapeus
Amanha
este hostel mais 
fica
para tras
esta cidade
igual
nao ficou para dentro
o meu eu
antes inconsequente
ja sabe e namora
com novos medos
cada vez mais
apaixonado

segunda-feira, 24 de março de 2014

As moscas de la pedrera


elas vem
voltam

e vao

no joelho
no ouvido
na ponta do dedo
bicho insistente

janela fechada
boca fechada
ouvido atento

elas vem
vao

e voltam

ponha jimo
ponha raid
de-lhe logo um belo de um tapa

sorria, sao dois dias apenas
de vida
e de estadia
pra que sono?
com o sol do dia
suas moscas

la pedrera
volte
elas vão 

e vem

Rumando a La Pedrera dia 14

Uma carona, por favor
Dias frios acobertaram
a estrada
albergues cheios
esgotaram
o caminho 
e agora a La Pedrera, 
e com dedo vou
e cruzando com meu proprio caminho
e acompanhado de emocoes
e embalado pelo ritmo do acaso
o lugar do poeta
na rua, na estrada
com a palavra solta
perdido num livro
sem dono, com dedicatoria
voando, rumando
ate encontrar
a beleza do frio
singular
do solitario caronar

sexta-feira, 21 de março de 2014

Punta del diablo - dia alguno

Sim, estou nos bares de sempre. Sem disfarcar o orgulho de ser minha primeira vez. Neste bar. Daqui, vejo a lua, quase cheia, de orgulho. Sua ponta superior esquerda foi mordida, ja esta sumindo, Sim, eu sei. Circulos nao possuem ponta. Mas a Lua nao um circulo, eh outra coisa. E com ponta e lado. Inclusive, um tipo engracado canta em portugues, mas nao disfarca o sotaque uruguaio. Es el costumbre. 
Estou numa mesa de metal, sem toalha alguma, fria fria. Ela admira meu copo esquentar enquanto te escrevo. Sei la por que. Necessidade, isso nao eh. Acho que nao quero voltar pro hotel, tao cheio de pessoas. Tao cheias. Longe de mim, longe de mim. 
..........
Voce gostaria de ver como o tipo danca ao cantar, enquanto uma leve luz, bem sutil, uma leve luz azulada beija sua tez, um pouco escurecida. Talvez seja praia. Talvez ele nao esteja dancando. O ponto eh outro. A lua sobe tao devagar....
Me entregaram o menu, logo ao chegar. Fora cerveja, estou sem fome. Ha! Voce teria ciumes das quase morenas, quase vestidas, ao gosto do dia sendo noite. Desfilando. Dizem os espanhois, a lua eh feminina. Entao deve ser pra algum. ou alguma, tudo bem, os tempos sao outros.
Se ao menos eu soubesse escrever sem gaguejar estas palavras teriam gosto... seu ciume, identidade. Sinto um gosto falso de....

quinta-feira, 20 de março de 2014

De Rio grande a Chui

Mae!
Que bom!
Vendestes a rustica casa da Freguesia do O!
Agora
esta toda demolida
ate o chao, todo o chao
evaporou 
consumiu aquele rastro de vida
sua longa vida
E agora
ca de longe
donde seja
posso morar nela
imutavel
e so.

Del chuy a punta del diablo

Gracias vos
yo veni en ti
la mas gorda
la mas flaca
la mas menos...
pero
por lo menos
ella sigue a la cama sin pijama


quarta-feira, 19 de março de 2014

Mostardas - dia 9

Hoje, sozinho como ontem
contei
contei cada um dos autores
que ainda quero ler
sao oitocentos e trinta e seis.
836
Escritos assim economizam
tempo,espaço 
e voce, vai ler
estas linhas tortas e em baixa altitude?

bem imaginavas...

e quando forem so devaneios
de um ser moribundo?

ou preferes um vagabundo?

me chame de vagabundo,
logo,
vamos!!
só porque viajo, sozinho
pelo meu mundo.

meu pés 
acabaram de cantar em uma serenata
em minha homenagem
cantarolavam
"me esqueça, antes que eu te desapareça!"

domingo, 16 de março de 2014

na estrada pra mostardas - dia 7

Noite passou
dormi ao relento
mãe não critiques
não foi a primeira vez
eu lamento
e desta vez
cerrei meus olhos medrosos
de cidade grande
pra ver a lua 
que não veio.

Farol de santa marta - dia 6

Eu poderia te contar dos poemas
que li
te levar minguar
o sol
nos por do sois
do sul
te beijar, agarrar e ate rasgar tua roupa
adotar teu nome
filha e família 
amar
gostando de amar
chorar
não aprender
pra chorar de novo.
Mas para que luar
se amar
dura mais que uma noite,
você sabia?

Farol de santa marta - dia 6

Choveu sem fim 
nos ultimos dias
nos ultimos tres dias
mesmo sem chuva
chovia
olha o sol
hoje
todo ele
sem sua sutil solidao
azul
o dia umido
assisti lagrimas correndo
lagrimas adolescentes
atras de seu ultimo novo
momento
breve, um momento
ouvi que doeria
só passou por mim
agora,
sem lamento
irmão.
Boa viagem
a ti
pelo sul ao norte

Daqui do alto 
ao morro do Sambaqui
o desejo subiu
pra te dizer 
tchau
não deu...
nao vi seu ônibus 
azul (seria amarelo?)
cruzar a balsa.


-----

Pensei nisso também 
dói ficar
mais que ir
ver o amor que não foi
mais 
porque a falta de tempo
comeu a raiz
Raul lembrava
nas pedras imóveis na praia
a ver a si mesmo
hoje eu sei
ninguém nesta vida e feliz
tendo amado
uma vez


sexta-feira, 14 de março de 2014

Dia 6 - Farol de santa marta

O pedro foi embora
e o dia ventou duma vez

O por do sol foi outro ido embora
eu nao tinha meu caderno 
a mao
nem maquina fotografica.
(ah, essa ate estava no bolso, mas nao tenho diafragma pra tanto)

resumo o que vi assim

o sol
fugiu
porque vinha a lua
o mar
todo maroto
ficou entre os dois
foi logo tascando um achego na lua
ficou um cenario 
so
semi-lua
semi sol
com o mar alongado

todo ruborizado

Farol de Santa Marta - Dia 5 viagem

Ela perguntou
que horas quer falar?
como se fosse
facil assim

quarta-feira, 12 de março de 2014

Dia 4 - Farol de Santa Marta

Sigo comendo, andando, dormindo.
A noite tambem
,durmo um pouco
Seu rosto de vez em vezes 
,vem

A areia aqui eh mais branca
...
Voce nota, pouco tenho acentuado 
no comeco era falha
,agora gosto.
A noite tento ser mais atento
,mas ai logo logo lembro do cartao postal 
,um dedo mais, escreverei

preciso de algumas lagrimas de paciencia

Nao reclames da letra
,sigo comendo, andando, dormindo.