segunda-feira, 17 de junho de 2013

Datena, Saatchi e a "nossa" polícia

O que as imagens de um jornalista experiente como Datena sendo surpreendido por sua própria enquete, de um influente colecionador de arte inglês (Saatchi) agredindo sua famosa esposa Nigella e o flagra de policiais agredindo a bel prazer manifestantes em busca de seu direito nos dizem? – muita coisa, obviamente. Mas destaco uma impressão: o Big Brother de Orwell não existe mais.
Melhor, se um dia chegou a ser imaginado, hoje se volta contra seus próprios “criadores”. Foi surpreendente e revelador a cara, posteriormente memada, de Datena ao ver que seus tradicionais espectadores de pré-jantar estavam a favor dos manifestantes. Tão interessante quanto ver Saatchi usando um veículo de midia - no qual detem uma coluna semanal - para discorrer sobre o carinho que havia feito no pescoço de sua bela e bem relacionada esposa, ocasionado por uma discussão rotineira. Digno de nota, um urra ao paparazzi. E, por fim, como fator correlacionador deste post, a policia militar paulista, doutrinada e treinada como se em dias de ditadura, atacando monstruosamente os manifestantes mostrados por Datena (além dos jornalistas lá presentes), escancaram o fato que a máquina de observação cresce organicamente e não pode ser controlada.
De fato, pode ser vigiada, certo Obama? Contudo, a rápida captação e divulgação das imagens, das emoções e da (enfim!) ebulição da sociedade estão aí para mostrar que o Grande Irmão pode muito. Pode disparar balas de borracha, propor pesquisas tendenciosas ou buscar manipular imagens. Pode. Porém, esta simples tentativa também pode e hoje se volta contra ele.
Obrigado Orwell por abrir nossos olhos. Só que hoje deixo um agradecimento especial a Guttenberg e seus (zucker)Berg seguidores. Afinal, hoje, a imprensa é diferente. Continua perseguida e atacada, porém, segue livre e agora acessível além diplomados. Todos prontos e a postos para relatar suas experiencias , visão de mundo e de direito.

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