sábado, 31 de agosto de 2013

Barrados no restaurante

São Paulo sempre me barrou
aos dezessete não tinha dezoito
aos dezoito ainda era pouco
a cidade crescia de forma desordenada
enquanto eu crescia fazendo de tudo um pouco
e de pouco muito
chegado aos trinta e poucos
já estamos no tal do dois mil e treze
agora os restaurantes são outros
e a fila da balada se mudou para a fila da calçada
fila de espera de um prato e um garfo
sendo maltratado por quem ao menos poderia sorrir
não quero ser bajulado
porém, tampouco São Paulo, pago para ser esculhambado
parece que faço um favor
de pagar por um menu do dia caro e triste
ouvir e ver os outros sorrir enquanto o maitre te ofecere alpiste
pois é
a cidade cresce enquanto a gente envelhece
mas de fato
meu orgulho agradece 
quando eu engulo meu lado que envaidece
com sal e catchup
do mal feito e bem vindo cachorro quente da rua que nem a gente.

Nenhum comentário:

Postar um comentário